Vi muitas em 1976, logo a seguir ao 25 de Abril, espalhadas por Lisboa.
Não é a mesma, mas podia ser. Em 1972, perante contrariedades como a obrigatoriedade de usar capacete (está bem, é mais seguro, mas como era bom sentir sempre o vento nos cabelos...), a concorrência de motores estrangeiros (já então a protecção à nossa indústria falhava), entre outras razões, levou a que João Casal, proprietário da Metalurgia Casal - seguindo opções de outras marcas como a Famel - concessionasse o fabrico a outras empresas, nomeadamente a Fundador.
Muitas das Boss que agora se encontram são Fundador, que se destinguem das Boss mais clássicas (modelo k 166) pelo depósito fora do quadro.
Estas motocicletas eram principalmente desejadas pelo pessoal das cidades, que queria curtir sem ter condições para as Vespas ou Hondas 50 (ambas duas obras primas em beleza e nostalgia...). As EFS, Famel e outras marcas, mais robustas, eram utilizadas por quem trabalhava e levava cargas pesadas, o que fez que as Boss fossem, em certa medida, uma motorizada urbana, tendo como grande concorrente a Zundapp Z2.
Curiosamente, os motores Casal surgiram através de um técnico da Zundapp, Robert Erich Zipprich (existe uma rua em sua honra em Aveiro), que entrou em conflito com a casa mãe e em 1965 veio trabalhar para a Casal. Entretanto, a EFS tornara-se representante da Zundapp para Portugal, daí tantos modelos EFS com motor dessa marca, que vieram substituir os DKW e JLO.
Estas Casal Fundador modelo k 168 foram muito utilizadas pelos CTT, PSP e, claro, diversas pizzarias.
obrigado Rodas de Viriato